No sábado, então, às duas horas, todo o povo sem demora foi lá só pra assistir. Quer dizer, quase, porque o cinema estava cheio, mas não lotaaaaaaado, quando eu fui assistir ao tão esperado filme Faroeste Caboclo. E o legal é que eles fizeram o filme com jeitão de faroeste... caboclo. (há, óbvio)
Eu adoro esta música desde que eu era pequena e o Faroeste começou a tocar nas rádios, em um tempo que a censura ainda pegava tão forte que algumas partes eram editadas: "E não protejo general de 10 estrelas que fica atrás da mesa (eu não faço não)", "Olha pra cá, (olha pra cá), sem vergonha", e obviamente, levou anos pra ser revelado que João de Santo Cristo "comia todas menininhas da cidade".
Quando me mudei para Brasília, meu sonho era fazer uma foto montagem com minhas fotos baseada na música (tentei fazer isto sem sucesso no Orkut). E até meu pai usa a música para avisar as pessoas em suas redes sociais que está indo me ver. Dizia ele: "Estou indo pra Brasília, nesse país lugar melhor não há. Tô precisando visitar a minha filha..."
Eu sou uma pessoa tolerante pra (quase) tudo, mas quando se trata de Legião Urbana e Renato Russo, sou meio fã-bomba, de achar qualquer alteração heresia. Mas mesmo com a cena do duelo sem o sorveteiro, nem as câmeras, nem "gente da TV que filmava tudo ali", nem Jeremias atirando pelas costas, eu gostei bastante do filme, ficou bem dinâmico, e numa ordem cinematográfica interessante. Mesmo com o João de Santo Cristo sendo retratado como analfabeto, porque "na escola, até o professor com ele aprendeu". Eu, por exemplo, não imaginava que Maria Lúcia fosse filha de senador, e tivesse estudado com Jeremias, maconheiro e sem-vergonha (no filme, mais pózeiro que maconheiro). Demorei décadas para entender que Pablo na verdade era primo do João de Santo Cristo (o "neto bastardo do seu bisavô"), e não da Maria Lúcia que eu achava que era ("A arma que seu primo Pablo lhe deu"). Quando eu vi o trailer, achava que o Antonio Calloni faria o "senhor de alta classe com dinheiro na mão", mas era mais um polícia.
No final, alguns gaiatos saíram com pressa, mas uma boa parte que ficou viu os créditos que duraram exatamente a música Faroeste Caboclo inteira e quem sabia a música inteira (eu) cantou.
Outra coisa legal foi ter visto o nome de vários conhecidos meus na figuração, e ter reconhecido a atriz Nádia Branisso, que trabalhou comigo no RENT, que estava atrás de João de Santo Cristo saindo da rodoviária, vendo as luzes de Natal.
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