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quinta-feira, 2 de novembro de 2006

MAFÊ MOSTRA UMA AMOSTRA DA MOSTRA

Em todos estes anos de Mostra, eu sempre tive a experiência do cinema solitário, de ir e chegar sozinha, ter a impressão sozinha e vez ou outra trocar figurinhas com as pessoas de lá. Desta vez, a experiência foi diferente. Chamei alguém para ir comigo, e a "vítima" da vez foi a nossa querida cantora Bárbara, que assistiu à Mostra pela primeira vez. Juntas assistimos "Dia noite, dia noite", de Julia Lotkev. Este filme mostra a história de uma jovem que por uma decisão que não sabemos decide ser mulher-bomba e explodir a Times Square. Então o filme mostra, sem música e quase sem diálogos, todos os momentos de preparação dela para o tal feito. Alguns detalhes da sessão:
- O filme foi mostrado no Cine Bombril, onde a qualidade sonora é infinitamente melhor que os outros. Você ouvia com intensidade desde o barulho do embrulho de uns rolinhos primavera até o cortar de unhas. E com certeza isso deu mais intensidade ao filme.
- Agora no cinema, não tem mais lanterneiro, tem celuleiro. As pessoas usam as luzinhas dos celulares para identificar lugares vagos.
- No começo, o legendeiro tenta acompanhar o ritmo da mulher, que fala num inglês quase rápido, e meio que se perde. Depois, quase não precisa mais agir.
- O mais legal de tudo é mostrar todas as etnias, raças, línguas e nações da Times Square. Tanto que no meio daquela muvuca de sons aleatórios, enquanto a moça decide onde vai explodir, você escuta: "Não quer mais me ver", em sonoro e pleno português brasileiro.
Rânquim: *** (das duas. Tinha tudo para ser o melhor filme de todos que já assisti na Mostra, não fosse o final meio sem desfecho. Nós até chegamos a discutir quais outros finais seriam interessantes)

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