A partir de hoje, os olhos do mundo inteiro (e os dos alalaô) estão voltados para cá. A Olimpíada sendo no Rio de Janeiro tem uma cara de zoeira, e para começar, teria uma cena da Giselle Bundchen sendo assaltada ao som de Garota de Ipanema. Hoje, eu, uma Dona Zica (casada com Zico), poderei acompanhar de férias estas olimpíadas que serão a Zika das galáxias (mas sem bichinho, né?)
Para começar, acompanhei alguns eventos da Olimpíadas em Brasília. Como o mascote da Copa se chamava Fuleco, quase dei um bola fora muito feio chamando um dos mascotes de Pixuleco. Os mascotes se chamam na verdade Tom e Vinícius. Isso ainda em 2015.
Ainda em Brasília, chegava o fogo olímpico diretamente da Grécia. E eu me perguntava: como o fogo olímpico se mantém aceso num voo? Mas o fogo (ou lampinha olímpica) chegou em Brasília e lá estava eu para ver. Tinham fechado a Esplanada dos Ministérios e aos poucos iam chegando entusiastas, como ciclistas, corredores e pais e filhos vestidos de quimono. Os patrocinadores das Olimpíadas montaram três caminhões-camarotes, sendo que o pessoal do Bradesco ia se ferrar mais porque era aberto e ia levar sol na cachola. Colocaram umas folhas para dar um toque grego na passagem da tocha e a Esquadrilha da Fumaça enfeitava o céu com fumacinhas olímpicas. A tocha saiu do Palácio do Planalto depois de acesa pela Dilma, e saiu com a Fabiana do vôlei na largada, e logo após uma renca de manifestantes, porque ainda estava nesta história de "Fora Dilma" e "Não vai ter golpe". Mas a tocha passou pelo meu pedaço e eu consegui ver um menino que pela altura parecia um estudante (mas a largura denunciava que era o ginasta Ângelo Assumpção). Inventei de correr atrás da tocha e a disputa foi feia entre eu, imprensa, staff olímpico, polícia, manifestantes contra impeachment gritando "Golpistas, fascistas não passarão" e manifestantes pró impeachment gritando "Chora Dilma". Mas consegui ver o ginasta passar a tocha para a refugiada síria. Voltando ao trabalho encontro uma moça com a tocha. Aproveitei para tirar foto, sentir a tocha e perguntar sua história. Era a professora Aurilene do Piauí, medalha de ouro em levar alunos para as Olimpíadas do Conhedcimento. Nem tinha percebido que a tocha não estava queimada. Uma colega do trabalho estava perto e descobriu que ela não andou com a tocha. Foi correndo até a produção olímpica, que também estava desesperada procurando a corredora n. 5. Eles se encontraram, o comitê tentou fazer com que ela corresse em outro ponto, mas ela preferiu correr na cidade dela. Fiquei esperando a tocha chegar no Piauí só pra ver se a professora correria com a tocha, só que não.
Depois disto, a tocha rodou mais dois meses pelo Brasil com direito ao paralímpico cair com a tocha, levantar e andar e o pessoal ficar achando que é zoeira, a Fátima Bernardes vibrando como se não houvesse amanhã, a Dona Irene acender uma vassoura com o fogo olímpico, os caras correndo com a tocha e cantando "Vida de Viajante", a Magazine Luiza cair com a tocha (e cair com os preços), a onça andar com a tocha e ser sacrificada, minha cunhada levar falta no trabalho em pleno sábado porque era dia de passar a tocha na cidade e povo tacando água e extintor na tocha para apagar o fogo olímpico.
Nesse tempo, me mudei para Jundiaí/SP, e não é que a tocha iria cruzar meu caminho de novo? Ia estar mais próxima do meu enteado, que joga basquete, do que de mim (Sim pessoas, a profissão estepe agora é estepe-mom), mas depois de muito convencimento da família e dos sobrinhos que estavam em casa, ninguém lá quis ver a tocha. O pessoal do trabalho se animou porque a tocha iria passar perto. Fomos e chegamos bem na hora que estava passando. A tocha estava com a Kelly Peixoto, atleta paralímpica de Jundiaí que foi medalha de prata no mundial de arremesso de peso.
A tocha ainda atochou e vai atochar muita gente.
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