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sexta-feira, 24 de maio de 2019

NASCE UM METEORO

A comandante Paula, uma cientista do Observatório Astronômico da Serra da Piedade, descobriu o que muitos temiam. Um meteoro vindo em direção à Terra. Alguns meteoritos já tinham caído em Montes Claros dias atrás, só não assustando mais a população porque todo ano tinha um fenômeno diferente naquela cidade.
Paula entrou em contato com a NASA, mas a cientista Stefani que lá trabalhava recebeu a notícia com desdém. "Esses brasileiros... Só falta usarem este pretexto para o Tramp brasileiro querer implantar a bomba nuclear em seu país" Mas Mr. Cooper, um assessor do CEO da NASA, andou recebendo outras pesquisas da Roscosmos e da AES e acreditou na intenção de Paula.
Como os Estados Unidos estavam envolvidos com a política internacional, eles forneceram sua maior tecnologia de ponta para destruir o objeto celeste que poderia acabar com o planeta. Mas a mão de obra deveria ser 100% brasileira. Baseados no filme Armageddon, eles trouxeram... uma perfuratriz de petróleo. "Estes gringos estão de brincadeira com a gente", pensou Paula, "Nós temos uma Petrobrás inteira explorando o pré-sal e eles trazem isto pra gente!" Então chamaram uma equipe do Rio de Janeiro que trabalhava com exploração de petróleo. Entre eles estava Luan, o chefe da equipe, que resolveu liderar a expedição ao espaço.
A operação ganhou nome e status de operação federal, "Operação Tamanduá", e foram selecionados os astronautas para a missão, numa equipe com a comandante Paula, o perfurador Luan, uns soldados rasos e perfuradores. Foram para São José dos Campos fazerem testes de adaptação espacial e partiram em direção à Alcântara onde lançariam o foguete.
Tudo poderia ter ocorrido no absoluto sigilo, não fosse o fato de um dos exploradores ser primo de um deputado de oposição e ele ter divulgado na mídia: "URGENTE! Bozo vai explodir o planeta!" e o meteoro começou a ser considerado tanto do petê quanto do Bolsonerys.
No dia da missão, Luan foi responsável para dar uma mensagem de incentivo à equipe:
"Nós temos o mundo nas nossas mãos. Se fracassarmos não teremos mais nossos familiares, amigos, não teremos mais nada, nem nossas vidas. Juntos cavaremos, juntos viveremos, e se preciso, juntos morreremos"
Um gaiato meio bolsominion gritou: "Brasil acima de tudo" e o primo do deputado respondeu "Meteoro acima de todos"
O lançamento da nave foi transmitido pela televisão e pelas mídias sociais. A ministra evangélica foi jejuar no monte informando que a culpa do meteoro foi da Glória Groove ter dublado o Alladin. O cafetão fez promoção no seu night club com a frase "É preciso ralar nas pessoas como se não houvesse amanhã". Supermercados foram saqueados, carros foram explodidos, presídios foram abertos, parecendo que a profecia do Paulinho Moska foi cumprida.
O foguete pousou com sucesso no meteoro, mas aconteceu um problema. Uma das brocas deu problema e precisava que duas pessoas ficassem no meteoro para implantarem a bomba. Paula e Luan se ofereceram para tal missão. Enquanto os outros do foguete partiram apertando o botão da bomba que explodiria o meteoro e livraria o planeta da destruição, Paula e Luan cavucavam com as mãos sem sucesso e, olhando um para o outro, disseram.
"Juntos cavaremos, e juntos morreremos, juntos... e shallow now!!!" E assim a equipe da Petrobrás conseguiu explodir o meteoro.
A missão retornou com sucesso fazendo homenagem a Paula e Luan que se sacrificaram pelo mundo. Uma sessão na Câmara dos Deputados fez com que Paula e Luan fossem considerados novos heróis nacionais. Uma deputada do mandato coletivo retrucou: "Por que não colocaram o nome da Marielle?". Um deputado coronel bateu de frente: "E a da professora que salvou as crianças na creche?" E a sessão prosseguiu na balbúrdia e o planeta prosseguiu inteiro, apesar de nós.

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