Pois depois de não poder comprar o ingresso para a Beyoncé no momento da abertura da bilheteria online, veio a compra coletiva, me mostrou uma promoção mara a uma semana do show. Comprei. Foi o maior espetáculo de bate-cabelo do Mané Garrincha ever, desde antes dele ser padrão FIFA.
Cheguei lá e fui comer na "praça de alimentação", barraquinhas que ficam do lado de fora do estádio vendendo hot dog, churros, crepes, acarajés, espetinhos, baião de dois, tudo para saciar sua fome e você poder aproveitar bem o show. Entrei na fila e o ônibus da rádio popular tocava uma Anitta premonitória: "Pre-para, que agora é hora do show das poderosas...", enquanto ambulantes vendiam "a faixa da Bibi", demonstrando uma intimidade com a diva que nem o maridão JayZ deve ter.
Já dentro do estádio, um DJ animava a plateia botando os hits atuais de pista de dança, desde os internacionais até os nacionais.
O DJ saiu, os roadies começaram a limpar o palco, e de repente, algo que não acontecia há muito tempo em Brasília aconteceu: choveu. Quem estava na pista foi saindo pra se abrigar, quem estava na cadeira foi passando é frio. Por causa da chuva, o show demorou mais de uma hora pra começar, porque os roadies tiveram que varrer o palco de novo (no quadrado da frente, estava engraçado até, porque eles passavam
o rodo e jogavam água em quem estava na fila do gargarejo). Enquanto isso, o telão passava Beyoncé em propagandas de perfume, campanhas humanitárias, bebendo refrigerante. E o show começa!
Havia vários telões, mais o telão do fundo do palco que passava vídeos durante suas trocas de roupa (sim, a bicha usou oito roupas diferentes que trocava num passe de mágica! E o cabelo? E os acessórios, apesar de ela estar com o mesmo brincão? E o monitor in-ear?), vídeos feitos para o show que pareciam de propaganda de perfume e/ou bebida. Nisso, Bey vem toda diva de cabelão preso por causa da chuva (ela agora está de cabelo curto, queria entender o aplique nesta mulher). Toda trabalhada no carão e nas pernas, e que pernas!!!! Enquanto cantava "If I were a boy", foi até o quadrado da frente e cantou divaça no meio da chuva. "If you're in the rain, I'm in the rain", disse, e aí ela fez algo que nunca vi nenhum artista fazer quando demora mais de meia hora para entrar no palco: pediu desculpas pelo atraso. Justificou por causa da chuva e ainda falou que a chuva não iria parar o show. Diva, não precisou nem aprender português, mas o povo de lá entendia tudo.
Se tem uma palavra que descreve o show dela, é "superlativo". Tudo nela é superlativo: ela canta pra caraca, dança pra caraca, seus bailarinos dançam pra caraca, sua banda composta só de mulheres toca pra caraca, os efeitos de palco vem superlativos com uma iluminação contagiante, fumaça, show pirotécnico e chuva de papel picado no final. E o mais interessante, ela sempre estava presente, se divertindo no palco, principalmente com os dançarinos, que por causa da chuva, quase escorregavam durante as coreografias. E todos os sucessos dela cantados foram da carreira solo, não precisou "resgatar do fundo do baú" a Destiny's Child.
No final, duas surpresas: a primeira, antes de cantar "Halo", ela cantou sem acompanhamento um trechinho de I will always love you. E na última troca de roupa, como no Rio, ela dançou Lelek lek. E eu, que estava pedindo para ela fazer o quadradinho de 8, ela chegou perto de fazer num dos vídeos de troca de roupa.
No final de tudo, fiquei obcecada pelo trabalho que a Beyoncé faz, seja com a voz, seja com a dança, seja com as pernas, seja com a produção daquilo tudo. E pode até parecer heresia o que eu vou escrever, mas eu que desde pequena queria ir no show do Michael Jackson, posso dizer que o show da Beyoncé foi o mais próximo que eu cheguei de um "show do Michael Jackson", pela superprodução, pelo supertalento, pela grandiosidade e pela mistura muito bem sucedida de voz com coreografia, com efeitos especiais.
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