Nada como um programa micado para começar 2016 de maneira diferente!
Ontem estava em Caraguatatuba, e na praia do Centro tinha uma carreta toda animada e brilhosa que passeava pela costa. O passeio se chama "Carreta da Alegria" e saía por dois itinerários: Porto Novo e Martins de Sá. Fomos pegar a carreta para Martins de Sá pelo preço de R$ 8,00 por cabeça. O caminhão que estava lá ia para Porto Novo (onde teria o show do Thiaguinho) e o vendedor disse que a carreta para Martins de Sá chegaria em 10min. Muitos 10min se passaram (na verdade, foram 30 no total), a carreta para Porto Novo passou e o vendedor disse que aquela era a da Martins de Sá. E a carreta seguiu sem virar. Na verdade, aquela era de Porto Novo, e eu tinha marcado por causa dos personagens que iam dentro. Naquela, tinha um Fofão muito louco e o Ben Messi, um boneco do Ben 10 com a cara do Messi. Mais "10min" e passa outra carreta, agora sim a de Martins de Sá. A carreta estacionou e como achávamos que era um passeio PASSEIO, começamos a achar estranho que as pessoas da parte de cima não desciam. O vendedor disse que elas tinham comprado passeio duplo. E as pessoas que estavam esperando para entrar faziam fila na ciclovia. Muitas compravam o "passeio" lá mesmo, quase sendo atropeladas pelas bicicletas por estarem no meio do caminho.
Entramos na carreta, crentes que era um sightseeing, mas começamos a nos surpreender quando vimos que os bancos para sentar ficavam no meio do andar de cima, e não nas laterais, onde as pessoas ficavam de pé. Claro que ficamos de pé, e o caminhãozinho seguiu ao som de "Vai vendo" do Lucas Lucco, uma espécie de Bruno Mars sertanejo, com pinta de bom moço mas que canta músicas de sacanagem às vezes. Agora, vai vendo o que se sucedeu.
O trajeto Centro-Martins de Sá-Centro dura mais ou menos uma meia hora sem trânsito, e uma hora com trânsito. A carretinha saiu às 20:30 e voltou às 23:00. Antes de passar pela Prainha, a carreta parou para pegar gente que dava sinal. Na carreta, tinham outro Fofão muito louco e um Goku, que eram os cobradores. Tinha uma senhora sentada no banco do centro em baixo do altofalante, que despejava pérolas do estatístico Wesley Safadão, Coleguinhas, "É muita luxúria", Gordinho Gostoso, e uns fainque de novinha vomitando sacanagens pedófilas. E a senhora sentada naquele banco já estava com cara de poucos amigos. e em cada lugar, a carreta parava para embarcar e desembarcar gente, até com cadeiras de praia, num verdadeiro pinga-pinga. Até um incauto turista comparou esta carreta com o Metrô de São Paulo. Ou seja, o que a gente achou que seria um passeio, era um transfer de praias circular com direito a muitas paradas. Chegou um momento até que tinha gente na varanda de um apartamento e a gente fazia sinais de que não valeria a pena entrar neste caminhãozinho, e isto foi um bom tempo parados, enquanto o Fofão muito louco e o Goku requebravam seus kamehameha até o chão.
E como já não tinha mais o que piorar, começou a chover. Forte. A gente estava querendo aproveitar o pinga-pinga e o mandato do DJ "Quando o DJ mandar, menina, você desce" para descer de lá correndo, mas a chuva estava tão forte que não tinha a menor condição. Crianças choravam querendo ir embora, pessoas fugiram para a escada para se proteger do aguaceiro e dos galhos de árvore que a carreta insistia em passar.
E quando finalmente o trenzinho voltou ao centro, foi só alegria de ter saído deste tour.