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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

TUDO A FAZER É SALTAR SOBRE A LUA

"Tudo menos isto!" ou "Quem sabe outra vez vai ter, mas hoje não"
A história vem até de antes, quando em 2008 fui apresentada ao RENT. Nunca tinha feito nada de teatro na vida a não ser em grupos de jovens e na escola muito porcamente. Mas aquele musical tinha me tocado de alguma forma que eu queria fazê-lo, e ele estava nos planos de um grupo que eu estava participando na época. Mas em 2009 o grupo teve várias atividades que deram certo... menos esta.


"Lembro que tudo começou... Natal... do ano que passou"

Final de 2010, eu soube que teria esta audição. Já não estava tão crua, mas ainda estava totalmente cabaçada no quesito teatral. No começo daquele ano, tinha tentado sem sucesso entrar na Escola de Teatro Musical, e por fim acabei entrando no Laugi. Mas eu me lembrei principalmente de quando o grupo terminou e pensei: eu vou honrar esta bagaça. Fiz a audição despretensiosamente, pois sabia que iriam atuar pessoas que têm experiência monstro em teatro musical. Fiquei muito surpresa de ter visto meu nome lá entre as pessoas que passaram, e pensei: vou querer entrar de cabeça!

"Vai trabalhar? Mude a direção!" ou "Se este é o jogo, quero apostar"
Mas eu sabia que seria muito trabalho que eu teria, pois ao mesmo tempo que eu estaria ensaiando RENT, eu teria o show do Laugi. Eu ficava com muito medo dos ensaios coincidirem o horário, mas nos meses que se passaram, foram poucas as vezes que os ensaios aconteceram simultaneamente. O mais legal é que ambos se complementaram, pois o que eu aprendia em um, eu aplicava no outro e vice-versa.

"A quem conVIVE com, VIVE com, VIVE doente sem morrer..."
Diversas vezes durante este processo eu fui parar no hospital por doenças provavelmente relacionadas com estresse. Mas nada disso me fazia desanimar, e até mesmo me faziam refletir. A peça é intensa, e todo mundo que participou do processo acabava refletindo na vida em cada aula de teatro, canto e até mesmo em danças. Outras pessoas também pararam no hospital, ficaram sem voz, deram até o sangue para isto acontecer.

"Me aceite como eu sou, pois eu nasci assim"
E quando começaram a distribuir os papéis coadjuvantes, eu tentei pegar os que mais se aproximavam de minha vida real. Mas apesar dos papéis serem fortes e de terem vivências que às vezes a gente nunca sentiu (como os drogados e sem-teto), tudo era muito real. E um agradecimento à equipe que me aceitou apesar de eu nunca ter feito teatro antes e a última vez que eu tinha feito aula de dança até então foi há exatos quinze anos.

"Eu nunca vou subir num palco" ou "Ao amor certo, ao verso, a mais que um universo"
E aí começou a quebra de paradigmas. Posso dizer que minhas grandes inspirações para esta quebra de paradigmas (e para a construção dos personagens) foi o filme Cisne Negro, o filme Trainspotting, minha mãe, Britney Spears (sim, pessoas, minha construção é desconstrutiva!), Dilma Rousseff e a arte do carão.

"Não dá pra seguir tentando se as mudanças querem te levar pra longe daqui"
Tivemos muita gente boa que entrou e muita gente boa que saiu, por N motivos. Um deles partiu desta para uma melhor, no melhor sentido da palavra. O ator Mateus Ribeiro foi selecionado para fazer musical em São Paulo e vai estrear Cabaret em outubro com a "pirulona" Claudia Raia.

"A música está no ar e aquece a noite"
E chegou a semana final de ensaios e apresentações. Segunda ainda tive reunião no trabalho em hora de ensaio, mas foi algo mais técnico. Terça fomos no estúdio para ensaiar com a banda, e ensaio com a banda é outra coisa para quem estava acostumado com apenas um piano correpetindo. Quarta foi o Jogo de Cena, onde eu voltei ao palco que três meses antes eu tive minha epifania artística graças ao Thundercats. Quinta no ensaio geral eu estava morta por conta da la vie bohème, mas fizemos um ensaio final bastante produtivo.

"Eu sempre sonhei com algo tão forte assim"
Diferentemente da estreia do show Nosso Jeito, que foi num sábado e eu pude fazer toda a concentração, a estreia do RENT foi numa sexta-feira, com direito a reunião no trabalho, soldadinhos de chumbo, barra de chocolate do Gela e atravessar o deserto do Saara, quer dizer, andar na cidade a 12% de umidade relativa do ar (e meus conterrâneos reclamando de 25%) até chegar no teatro, correr atrás de ingressos, e depois preparar para atuar. Maquiagem, figurino separado (que eu levava em uma mala que meus colegas de trabalho achavam sempre que eu iria viajar). Fizemos um ritual de entrega muito significativo para todos nós, nos concentramos e merrrrrda (no sotaque brasiliense, que é mais legal do que o "merda" paulistano). Escondidos na coxia só ouvindo o burburinho das pessoas que entravam no local. Primeiro sinal, segundo, terceiro, foi! É uma emoção muito grande pisar em um palco em pleno dia do ator. E apesar de eu não ser atriz (muito menos cantriz), é bem diferente do que você entrar em um palco cantando com banda ou com grupo vocal. O sentimento de que "não sou eu no palco" permanece o mesmo. Mas é diferente porque você não está no palco o tempo todo, você tem que ir descer correndo ao camarim para trocar de roupa, e ainda beber muita água (e a tampinha de minha garrafa rolou pro desconhecido em pleno primeiro ato). E são várias facetas ao mesmo tempo: a revolucionária, a mãe judia, a soropositiva, a drogada, a boêmia, a que mede a vida em amor, a que faz "homenage", a que chora um ente que partiu, e por fim, a Maria Barrillari como vocês conhecem.

"Ter glória, servir de inspiração"
O sábado foi quase todo passado no teatro, sendo que tivemos sessões às 17h e às 21h. Cada uma com um elenco totalmente diferente. Engraçado como a gente vai se moldando a cada espetáculo. Por exemplo, vamos achando novas dicas para entrar no palco dependendo que quem é o elenco no dia (e para fazer cena de "pegação" sem derrubar o microfone da coleguinha, né dona Maria?). E desta vez, minha garrafa de água seguiu rumo ao desconhecido. O bom do teatro é a coletividade. Fiquei craque em passar base e fazer tranças nas pessoas, e amarrar biquinis, averiguar cachecóis e demaquilar pessoas em plena escuridão da coxia. Depois disto, saí para comemorar com uma parte do grupo Laugi que veio me assistir e saiu da peça com uma música grudada em suas cacholas: "Acende a minha velaaaaaa..."

"Um salto de fé"
Meu domingo começou com uma notícia triste, mas que tem muito a ver com o que a nossa preparadora vocal Thaís Uessugui nos disse do fato de RENT ser o fim de um ciclo. E a nossa concentração no teatro começou muito diferente. Apesar do clima de despedida, tentamos tirar rock n roll daquilo. Um dos melhores momentos disto foi a nossa passagem de som, quando o cantor e ator César Ribeiro passava seu headset, a banda começou a tocar "Livin' on a prayer" do Bon Jovi. Gabriel Estrela, Hudson Borges e eu assumimos os backing vocals, e as atrizes Isabella Andrade, Luísa Viotti e Micaela Tubaki ensaiavam a coreografia de Out Tonight que casou perfeitamente com a música tocada. A equipe de iluminação também entrou na brincadeira e aquilo pareceu show de rock. Com esta energia fizemos as duas sessões de domingo. Na primeira, meu gorro foi parar no desconhecido. Depois rolou a lenda de que Dulcina de Moraes habitava as dependências daquele teatro que leva seu nome. Conclusão: ela é o desconhecido do paradeiro.

"O que passou não vai mudar, melhor viver e aproveitar"
Entre as duas sessões, começou a rolar a emoção da despedida, pois aquilo que vivenciamos durante seis meses de ensaio estaria acabando naquele momento. Mateuzinho veio de São Paulo nos visitar e passar toda a energia que ele está recebendo em Cabaret. E assim começou a última sessão, onde logo na primeira música eu caí antes de entrar no palco, um sinal de Dulcina, claro, para que eu caia de cabeça na arte que me faz tanto bem. A energia nossa e a da plateia subia a cada cena. Quando cantamos Seasons of Love, eu comecei a me lembrar de tudo o que aconteceu durante o ano de 2011, e cantei com a maior gratidão que alguém pode ter. Fomos ovacionados durante esta música, e eu tenho certeza que tive minha segunda epifania artística neste momento. E foi assim até o final da peça. Ah, sem contar que quando cantamos I'll Cover You (reprise), as lágrimas de todos os atores/cantores eram mais que verdadeiras. E isto foi transmitido a todos os que assistiram à peça.

"Em cada lição que você aprendeu"
Terminando o RENT, ficou aquela sensação de dever cumprido e ao mesmo tempo de perda, pois aqueles ensaios já faziam parte de nossos cotidianos. Fomos comemorar na casa do Gabriel Estrela, onde assistimos uma gravação em vídeo do espetáculo e rimos, choramos, aplaudimos, vibramos a cada cena, a cada atuação, a cada música, a cada vitória que tivemos juntos. Porque o que fica do RENT é isto.



terça-feira, 16 de agosto de 2011

A DONA DE CASA DESESPERADA

Sua casa faz birra? Você não consegue controlar a sua casa? Você não tem dinheiro, nem tempo, nem saco de chamar uma "supernanny"?
Seus problemas acabaram!
Em mais uma etapa do meu "Regulando 2011" (porque não é só a presidenta que tem seu plano de austeridade), vou virar uma dona de casa sem terceirizar serviços. Não, isto não é fácil, mas eu descolei um método na internet chamado Flylady (http://www.flylady.net) Ele é uma Supernanny para Desperate Housewives, porque trabalha com esquemas de rotinas a serem seguidas.
Rotina? Logo você...
Sim, a princípio parece estranho, mas com a casa dá para educar assim. Porque você não vai tomar todo o seu tempo num cômodo só. A ideia do Flylady que me chamou atenção foi o fato de você fazer as coisas que derem em 15 minutos. Terminou os quinze minutos, chega de trabalhar naquela área e vá fazer outra coisa.
E tudo começa com passinhos de bebê (os chamados babysteps), que você tem que começar brilhando sua pia (ainda não a fiz brilhar, mas ela fica bonitinha todo dia).
Não, eu não irei relatar o processo com tanta frequência, muito pelo contrário, mas se isto der resultado, vocês verão no "A dona de casa desesperada"
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