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quarta-feira, 13 de abril de 2011

EVEN BETTER THAN THE REAL THING



E sábado agora foi o megashow da megabanda U2 no megaestádio (ok, nem tão mega assim) do Morumbi. Escaldada por ter demorado 3 horas de táxi do show anterior, saí cedésimo e cheguei lá antes das 18h. A vista era perfeita, dava para ver o palco inteiro. E o pessoal começou a fazer a ola. Geralmente em shows, a ola vai da esquerda pra direita e volta porque acabou o espaço da plateia. Mas como este show era 360º, a ola girava o estádio inteiro parecendo jogo de futebol. Diziam que tinha mais de 89 mil pessoas naquele lugar. As cadeiras foram se enchendo aos poucos até que às 20h começou o primeiro show, da banda Muse (ou Samu, como minha mãe chamou a banda). Os caras são muito bons ao vivo, e deviam estar todos todos de aproveitarem pelo menos um terço daquela megaestrutura montada para o show do U2. Tinham umas duas músicas deles que eu sabia que era deles, mas poxa, como eu não conhecia antes o Muse? Foram simpáticos com a galera naquele esquema "Oubrigadou Sao Paulou!"

Acabado o show da banda Muse, o pessoal do fã-clube passou distribuindo bexigas verdes para enchermos durante a música Where the streets have no name. Eu já tinha visualizado isto no facebook, mas errei a cor, pois tinha trazido uma capa de chuva amarela, no estilo Pica-pau desce as cataratas. Entrou um relógio naquela telona fazendo contagem regressiva do jeito dele, e quando deu "meia-noite" no relógio, a galera vibrou porque o U2 entraria a qualquer momento. O relógio se desmantelou na tela, tocou "Trem das Onze" e depois apareceu na tela como janelinha de nave espacial, a banda. E eles entraram no palco tocando Even Better than the Real Thing. E aquela megaestrutura começou a ter uma vida própria. O telão começou a passar imagens em altíssima definição, tão alta, que nem parecia ser ao vivo. Mas era. Definição tão altíssima que você percebia que o guitarrista The Edge colocou botox. (a foto não mostra direito a megadefinição do telão porque foto de celular é complicado...). E em cada música, um show de luzes e sons hipnotizantes, e aí você vê a diferença de um artista que usa efeitos especiais para esconder a falta de talento e o U2, que usa todos aqueles efeitos, alguns até epiléticos, para mostrar todo o talento que tinham. E eles tocam muito. Quando tocou Mysterious Ways, o show no telão interagia com umas coreografias frenéticas. E os caras são tão bons que por um momento, aquela megaestrutura foi deixada de lado, e o Bono e o The Edge cantaram juntos Stuck in a Moment de forma totalmente acústica. The Edge fez os backings e foi ovacionado pela galera. Em outro momento, Larry Mullen Jr saiu da bateria para tocar percussão e circular nos 360º num remix de I'll go crazy if I don't go crazy tonight. Bono também interagiu com a galera com uma novidade. Naquele telão de altíssima definição, tinham legendas em tempo real do que ele falava. Brincou que sábado à noite era dia de comer pizza (só espero que ele não coloque catchup). E falava sério também, pois U2 é militância. Cantou Miss Sarajevo mostrando as imagens daquele famigerado concurso de miss e cantou até a parte do Pavarotti, de forma emocionante. Uma mulher atrás comenta "Finalmente eu consegui entender alguma coisa", mas isto não tirou a magia da música. E quando tocaram Sunday Bloody Sunday, mostraram imagens dos países árabes em conflito com seus ditadores, como a Líbia e o Egito. Estava tão frio que quando eles tocaram Vertigo eu quase cantei a versão do Pânico. Quando tocaram I still haven't found what I'm looking for, Bono só deixou a galera cantar. Foi lindo! Num outro momento, chamou uma moça da plateia para recitar "Carinhoso" e Bono repetiu: "Serei feliz, bem feliz". A galera veio abaixo. A banda depois saiu para o bis e apareceu Desmond Tutu no megatelão falando que nós somos um, e foi a deixa para eles voltarem e tocarem One. Depois o grande momento de encher as bexigas e soltarem durante Where the streets have no name. Claro que não consegui enchê-la toda, mas joguei e fui feliz, vendo aqueles balões amarelos saindo da pista. Saem de cena, segundo bis. Bono entra com o casaco preto cheio de luzes vermelhas saindo por ele e num volante todo iluminado com o microfone, canta Hold me thrill me kiss me kill me, e se pendura nele e faz a festa.

Stuck in a moment that you can't get out of it

Depois que terminaram de cantar With or without you, eu já fui saindo pra pegar a carona de volta, e perdi a homenagem que fizeram para as crianças do Realengo. Morumbi não tem transporte público nem em momentos especiais pós-show. Nada entra nem sai direito de lá. Resultado, pegamos um megacongestionamento que levou 2h e 30 minutos para eu voltar pra casa. E as pessoas andavam, andavam, andavam até encontrar lugares ou táxis cobrando os olhos da cara para chegar em casa. Por isso o Morumbi não serviria para abrigar a Copa do mundo, mas nada disto tirou o brilho do megaespetáculo do U2.

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