Eu ouvi falar de Michael Jackson pela primeira vez ainda era uma pequena criança. O álbum em questão era "Bad", e a música também. Era aquela que no refrão ele terminava falando: "Who's bad?" Eu na minha sabedoria infantil entendia "c'us pé!". No meio de um monte de música que falava "c'a mão" (Come on!), MJ era uma novidade.
O tempo passou, e veio a MTV, o álbum Dangerous e o famoso clipe das pessoas mudando de cara. Noutro clipe, ele virava purpurina, ouro em pó, no meio de danças egípcias. Noutro, simplesmente, dançava com Naomi Campbell, Em outro, jogava bola com Michael Jordan. Inovação. Aliás, ele já tinha inovado com Thriller, mas foi bem no meu ano de nascimento.
Chegou finalmente 1993, e ele viria ao Brasil fazer shows, censura 10 anos, ou seja, eu poderia entrar. Alegria de pobre dura pouco, não tinhamos condições para bancar um show desses. Nesta época tinha o tema de "Free Willy".
Mas nem tudo eram flores. Teve uma época que eu simplesmente me enchi dele. Tava na aborrescência, e achava que Michael era exagerado demais, que estava branco demais, que suas músicas eram repetitivas demais, que suas dancinhas eram mão-no-saco demais. Só voltei a redescobrir Michael depois que entrei na faculdade.
Ontem soube da morte dele da maneira mais esdrúxula. Estava em casa assistindo a uns vídeos antigos dele no Youtube e vi um comentário "Rest in peace" ou algo assim. Eu até escrevi meio tô-nem-aí "Why rest in peace? Has he died?" usando o meu inglês "sempre Maschego". E fui fazer outras coisas e olhar meu e-mail. E apareceu uma resposta: "He died". Pensei: este sujeitinho está de brincadeira comigo. E fui ver no jornal: daí eu fiquei de cara.
Ele pode ter sido um cara até desorientado por conta de todos os acontecimentos da infância dele, das acusações dele, de toda a badalação e da mídia em cima, mas o legado que ele vai deixar é a música.
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