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segunda-feira, 8 de março de 2010

WELCOME TO THE JUNGLE

E sim, estava lá no show do Guns n'Roses no Ginásio Nilson Nelson, um show que entrará pra história. Foi sem dúvida um dos melhores shows que vi em minha vida.
Chegando no estacionamento do ginásio, uma multidão de carros nunca antes vista (por mim) em Brasília. E era gente do Brasil inteiro! Tinha gente do Piauí, do Rio Grande do Norte, Amazonas e até mesmo de Roraima para assistir ao show. Alguns carros colocavam sons do Guns e do Skid Row para fazer um esquenta. Skid Row sim, porque ninguém menos que Sebastian Bach iria abrir o show.
Entramos no ginásio e ele ainda não estava cheio. E antes das atrações internacionais, uma banda de Brasília foi escolhida para abrir. É a banda Khallice, de prog metal, já conhecida no meio roqueiro do DF. O vocalista, Alírio Netto, canta muito e estava que não se cabia no palco. Ia de um lado pro outro no palco, jogava sua vasta cabeleira, e fazia o chifrinho metal. Mas o melhor momento foi quando mostraram sua versão prog metal de "Balada do louco", deixando a vovó do rock Rita Lee orgulhosa. Tocaram apenas 5 ou 6 músicas e saíram. Seria hora de Sebastian Bach entrar em ação. Eu estava a uns 10m de distância deles, mas pudia ver com meus olhos recém-operados que Sebastian continuava bonitão. Em algumas músicas, ele e um guitarrista jogavam seus longos cabelos de forma sincronizada. Em outras, ele ameaçava dar uma reboladinha, fazendo a ala feminina #morrer. E ele foi simpático, interagia com a plateia, levou uma colinha de frases em português que disse arranhadamente: "Brasília, a capital do Brasil, hoje vai ser a capital do rock'n'roll!" e a galera delirava. Pelo menos ele soube que a capital do Brasil não é Buenos Aires. Rodava o microfone no ar, mas claro, acabou derrubando algumas vezes. Cantou uns 3 ou 4 sucessos do Skid Row (claro, "18 e life" e "I remember you", que ele fez uma declaração de amor pelo Brasil e por Brasília). Em outro momento, os organizadores devem ter armado uma pegadinha pra ele poder falar pro povo: "Tira o pé do chão!!". Em outra música, ele pegou a bandeira do Brasil de um fã e mostrou pra plateia, com um "Brasília te amou!"
Um pouco mais de uma hora, acabou o show dele. Um meliante rouba algo de alguém na pista causando uma muvuca generalizada. Teve seu castigo primeiro pelas arquibancadas e cadeiras gritando "Bicha! Filha da puta!" e depois porque o segurança o pegou sob aplausos.
Enquanto aguardávamos o show do Guns n'Roses, as arquibancadas e cadeiras começaram a fazer olas. Até que a espera começou a demorar. Mais de uma hora depois de terminado o show do Sebastian Bach, depois de muitas vaias e indignações do ginásio já lotado, algo que nunca tinha visto aqui antes, começa o show. O Show. Com uns quatro telões e vários efeitos pirotécnicos (dentro do ginásio, por que não fizeram no Mané Garrincha?), e mais dois telões para ver com mais detalhes a banda. E lá estava Axl Rose, não mais magro como antigamente, mas de óculos, chapéu e cavanhaque. Eles misturavam bem as canções do seu álbum tarda-mas-não-falha "Chinese Democracy" com as músicas mais antigas. Engraçado foi que ele pegou a bandeira do Brasil bem na música "Welcome to the jungle" como se a selva fosse aqui. O microfone de Axl tinha uma espuma vermelha e vinha junto com o pedestal que ele costuma carregar pelo palco fazendo sua tradicional dancinha, precursora do Rebolation (o verdadeiro, que fique bem claro). E ele corria pelo palco, fazia a dancinha, dava suas reboladinhas e cantava com aquela vozinha de piriri no navio. E apesar dos aparentes botox, ele continua queimando tudo até a última ponta, cantando muito. Ele trocou de roupa diversas vezes colocando a tradicional bandana no cabelo, e o colete mostrando o excesso de gostosura. Quem interagia com a plateia mais era o baterista. Começava a tocar o bumbo cada vez que o pessoal gritava "Guns n'Roses!" A guitarra de Slash era compensada e revezada por três guitarristas, que se apresentaram em solo também. Um deles até tocou o tema da pantera cor de rosa. E nas músicas mais pesadas, soltavam fogos de artifício e foguinho no palco. Se eu sentia o calor de onde eu estava, coitado do baterista... Das antigas, tocaram "Welcome to the jungle", "It's so easy", "Live and let die", "Sweet child o'mine", "Night Train" entre outras. Quando tocavam "You could be mine", o telão da frente mostrava corridas de Fórmula 1. Claro que o Rubinho apareceu em segundo. Mas o melhor momento foi quando arrastaram o piano e Axl sentou nele para tocar "November Rain", foram os 9 minutos mais emocionantes do show. "November Rain" e "Patience" foram dois momentos celuláveis do show. Encerraram com "Knockin' on Heaven's door", clássico de Bob Dylan. E o momento do bis foi simplesmente impagável. A banda tocou "Paradise city", e no final, dois canhões montados no final da pista jogaram chuva de papel picado enquanto no palco acabavam de soltar fogos, encerrando com chave de ouro o show que eu esperei 18 anos para ver, complementando meu sonho realizado em 2007 de ver o Slash.

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