Ano passado, o Laugi ganhou o concurso de grupos vocais Brasil Vocal no Rio de Janeiro, e como continuação do prêmio, fomos convidados para abrirmos o show de um dos grupos vocais mais conceituados do Brasil, o Boca Livre. E como se deu a preparação para este momento?
Parte 1 - Brasília
Como íamos para o Rio de Janeiro não dava para ir no anonimato, o Laugi fez um senhor show, e para isso precisaríamos de uma divulgação maciça. E no dia do show aparecemos três vezes na televisão: a primeira numa notinha do DFTV hora do almoço, a segunda fechando o DFTV segunda edição e outra na Band no seu jornal local, fazendo-se cumprir a terceira parte da profecia. O show aconteceu no Teatro Oi, cumprindo-se a parte final desta profecia que foi a música de abertura deste show. Num dia chuvoso, conseguimos encher aquele teatro não só de fãs mais de pessoas que ainda não conheciam o nosso trabalho. Neste dia, teve até maquiadora para as meninas, e eu fiquei com cara de capa de revista Nova. O show também tinha contado com divulgações em Taguatinga, ParkShopping e num jazz pub muito legal chamado 10 0 13.
Parte 2 - Rio de Janeiro
Depois do show, tivemos menos de duas semanas para arrumar nossas malas e fazer um desapego de músicas para levar, pois nosso show no Oi teve duas horas e teríamos apenas 40 minutos antes de abrir para o Boca Livre. Fora isso, Paulão operou a apendicite, Giselle teve distensão muscular tão feia que acharam que era trombose. Chegamos no Rio, uns na quarta e outros no dia. Quem chegou na quarta, na hora da descida, fez uma egrégora de mãos dadas para unir energias enquanto o piloto sem noção assustava a gente berrando: "TRIPULAÇÃO... pouso autorizado." Na quarta, fomos até a tenda, inaugurada para uma grande programação cultural até 2014, e com capacidade para 600 pessoas. Foram os primeiros shows do Festival Brasil Vocal, incluindo grupos vocais veteranos e a nova geração. No primeiro dia, tivemos o grupo Ordinarius que conta agora com Marcela Mangabeira, ex-BeBossa. Eles apresentaram seu arranjo mundialmente conhecido de As long as you love me e outras canções de seu repertório. E logo após vieram cantar o Quarteto em Cy, divassas cantando sucessos consagrados em aberturas de novelas. Na quinta, o grande dia do show, cada um se preparou como pôde, ou indo pra praia, ou indo pra piscina, ou indo pro Rio diretamente pra tenda. Na tenda, demoramos para passar o som até conseguirmos regular bonitinho. Feito isso, teríamos apenas uma hora e meia para voltar pro hotel, se arrumar e ir cantar. Isto porque era uma quinta, tinha gente com mala ainda e o evento era na Candelária e estávamos no Catete. Chegamos e fizemos o milagre da multiplicação dos minutos, se arrumando, maquiando, tomando banho, ajeitando o cabelo. Claro que só conseguimos sair sete e meia da noite para pegarmos um metrô e andarmos mais uns 200 metros (o pessoal que estava meio lesionado rachou um táxi) e eu sair andando nos paralelepípedos do centro do Rio de saltão. O primo do Jairo que encontrou a gente no metrô estava desejando um "Quebre a perna" quando eu quase quebrei a minha caindo nos paralelepípedos. Chegamos, nos recompomos e o pessoal do Boca Livre chega no nosso camarim desejando merda pra gente! Subimos pro palco e nunca antes na história destes shows todos entramos tão relaxados num palco tão desconhecido. Aquele lugar era nosso, e muita gente aplaudia. De todos os três dias, o nosso foi o único que não fecharam a tenda pra calçada, então quem passava por lá poderia ver e ouvir a gente. E muita gente parava pra ver, principalmente na hora do hino. A plateia aplaudiu muito a gente, e foi uma das nossas melhores apresentações ever! E depois demos lugar para o Boca Livre, que foi simplesmente lindo. Elogiaram a gente, cantaram lindamente, e todos eles têm a voz do Zé Renato! O Maurício Maestro é uma elegância só tocando o baixo e cantando. No final, eles chamaram a gente para dividir o palco e cantarmos Ponta de Areia, que mesmo que 90% de nós não soubessem a letra inteira, foi muito emocionante. Nós falamos que já cantamos um arranjo de Bicicleta, e eles pediram pra gente cantar, e no final eles estavam cantando junto com a gente! Foi simplesmente um momento surreal! Depois comemoramos juntando David Reis, que tinha acabado de chegar para concorrer ao mesmo concurso que o Paulão ganhou ano passado, o de arranjos vocais. Brindamos ele com as falas da peça que cantamos ano passado. Sexta, depois de dever cumprido, voltamos lá pra ver o show do grupo vocal baiano MP7. Foi simplesmente fantástico, e neste grupo, tem uma moça que faz percussão vocal. E o MPB4 que veio depois foi muito fofo reverenciando o MP7. O show deles foi simplesmente lindo e o cara da iluminação roubou a cena.
E já teremos atividades na quarta e na quinta, depois desta estadia maravilhosa no Rio: show Nosso Jeito no Guará. VEM COMIGO!
P.S.: questão de honra pra mim aprender a Ponta de Areia inteira!