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sábado, 21 de fevereiro de 2004

SOU TATUAPÉ, EU SOU, HOJE EU VOU SAMBAR, EU VOU!

E eu fui!!!! E vou contar desde o começo, todos os preparativos desde que eu cheguei na quadra da Acadêmicos do Tatuapé até a dispersão no Anhembi
Importantes colaboradores
Peguei a fantasia desde quinta-feira, com todo cuidado porque era grande. E era grande mesmo, pra mim, que tenho 1,56m de altura, crescer na Avenida. Uma das donas da ala falou pra gente chegar antes das 18h porque o ônibus ia sair às 18h. Quando eu cheguei, não havia ninguém da minha ala (a ala da Imprensa Oficial). Depois, o diretor da ala me achou e foi achar as outras pessoas. Enquanto isso, eu via as mais belas fantasias saindo da quadra. Muita gente comprou em cima da hora e teve que pedir ajuda pra cantar o samba-enredo e dançar a coreografia. Depois que o diretor da ala achou as pessoas da ala, a gente se juntou e fomos ensaiar uma vez a coreografia. Enquanto isso, o diretor ia ver os ônibus pra gente ir.
Lá vem o trem, me leva!
Na verdade, o ônibus. Às 19h, levaram a gente para o ônibus que achavam que eram. Depois que a gente chegou lá, descobriram que era do outro lado da quadra que estava o ônibus. Uma senhora que comprou a fantasia de última hora começa a reclamar. Mas depois que chegamos, esperamos mais um pouco para entrar nos ônibus. Nisso comecei a conversar com uma veterana de desfiles (todo o resto estava estreando no Anhembi) que desfilou na Nenê e ia desfilar esse ano. Ela e a filha dela. Entramos no ônibus e no outro ônibus (da Ala do Hospital) as pessoas sacudiram em todos os sentidos cantando o samba-enredo.
Sou mais um boêmio nessa praça
Chegando no estacionamento do Sambódromo, ficamos observando as outras alas e as fantasias da Unidos do Peruche, que seria a primeira a entrar. Tudo muito lindo e luxuoso! Na nossa ala, tinha um cara que estava totalmente mamado, que a gente fez de tudo para ele não cair na Avenida (cair de verdade). Quando a gente começou a se organizar para a concentração, o diretor da ala cuidou dele. O resultado eu falo depois.
Hoje é arte, é cultura
Entramos na concentração. Tudo organizado pra não deixar buracos na Avenida. A gente estava em filas de 7 com um espaço suficiente pra não bater uma fantasia com a outra. A gente já começava a cantar o samba-enredo quando vimos os fogos. Pra começar o Carnaval 2004, quando a Peruche entrava na Avenida. Por coincidência, encontrei uma antiga vizinha minha bem na minha frente, que comentou que de perto, a gente até vê os defeitinhos das fantasias, mas de longe é um colorido só. De lá da concentração eu escuto que a Peruche teve problemas com dois carros e estourou o tempo (depois soube que não chegou a estourar, o que estourou foi o cronômetro). Nisso, ouvimos o locutor dizer que não ia chover durante o desfile.
Gostoso é desfilar, sentir o seu calor
Foi quando começou o desfile da Acadêmicos do Tatuapé. Todos cantavam certinho até que vinha um cara na minha ala que não sabia a letra toda e começava a gritar "Sou Tatuapé, eu sou, hoje eu vou sambar, eu vou!!" Isso ainda antes da nossa ala entrar (foi a 17a). Conforme a gente ia entrando no Sambódromo, eu via os carros alegóricos das outras escolas. Um lindo com uma pirâmide de "vidro" (não sei qual o material, vai da criatividade do carnavalesco) azul que ficava girando, mas nem sei que escola que era. A gente ia andando e já começava a dançar até passar a linha amarela do começo. Daí, não tinha jeito, eu já estava no Sambódromo!!!!
Entrei aos 34min do desfile, e a sensação não dá pra passar em papel, quanto mais publicar num blog. Foi uma emoção única. Eu estava bem no cantinho da Avenida, e dava pra ver o olhar das pessoas que lá estavam. Loiras, mulatas, gringos, deficientes físicos, pessoas da arquibancada, das mesas de pista, dos camarotes da Nova Schin, da Kaiser, da Brahma, dos 450 anos (em cada camarote, tinha televisão que passava o desfile), corinthianos, pessoas com a faixa da X-9, com a bandeira da Gaviões, com a camisa da Camisa, todas elas estavam cantando o nosso samba!!! A imprensa oficial (não da minha ala) do Anhembi, da Prefeitura, da Globo (o que mais se ouvia era "mãe, tô na Grobo!!!"), os policiais, os chefes das outras escolas, e as pessoas que estavam nas cabines (jurados, locutores, Chico Pinheiro, Renata Ciribelli, Maurício Kubrusly e Lecy Brandão) ficavam observando admirados o nosso desfile. As câmeras dentro do Sambódromo, das laterais, da grua (tinha uma que percorria a Avenida inteira), do helicóptero, para pegar os melhores ângulos. Foi uma experiência única, que durou 20 minutos.
É carnaval, mando parabéns, felicidades!
Depois de passada a linha amarela do fim, entramos na dispersão, onde todos os passistas, todas as alas e todos os destaques dos carros alegóricos dançavam e cantavam o samba-enredo. De lá, deu pra ver o último carro alegórico e encerrou o desfile. Levantaram um cordão pra separar a gente da Camisa Verde e Branco, a próxima escola a entrar na Avenida. Mas como eu não comprei o ingresso, voltei pra casa.
Na tela da tevê, no meio desse povo
Claro que pedi pra minha mãe gravar pra mim. E claro que assim que acordei hoje fiz questão de ver a fita. Na hora, Chico Pinheiro elogiava o samba-enredo, Renata Ciribelli elogiava o carnavalesco, Mauricio Kubrusly elogiava a evolução, e Lecy Brandão elogiava a comunidade. Fiquei esperando aparecer minha ala quando EU ME VI NA TV!!! Reconheci todo o pessoal que estava na minha ala. E lembram daquele bebum que eu contei no começo? Apareceu um close dele todo cheio de paixão na Avenida. Ficou até engraçado! E lembra da minha orientadora da terceira série do primário? estou desconfiada que ela saiu de destaque em carro alegórico, porque a fantasia dela não tinha igual.
Mas o importante foi que o desfile "foi uma noite pra entrar na história" (frase que acabei de ouvir de Carlos Tramontina).
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