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quinta-feira, 26 de outubro de 2006

MAFÊ MOSTRA UMA AMOSTRA DA MOSTRA

Depois de tentarem me vender o "brinco da Leona", fui à Mostra novamente. Mas, devido a sérias restrições orçamentárias, fui assistir ao filme gratuito.
E o filme de ontem foi o Requiem para Billy The Kid, um filme de far-west americano dirigido por uma francesa. E se vocês acham que foi o samba do caubói doido, estão redondamente enganados. Para começar, a diretora Anne Feinsilber estava no recinto em ocasião, o Centro Cultural São Paulo. Ela explicou o filme para as pessoas e deixou a gente ver. Ele mostra um diálogo fictício nos moldes de Brás Cubas entre a diretora e o Billy The Kid, que morreu aos 21 anos pelo seu colega justiceiro que virou xerife Pat Garret. As filmagens mostram os lugares onde Billy viveu e morreu, paisagens bonitas e lugares pitorescos que em pleno 2004 não perderam o ar de "Velho Oeste" da região. Além do diálogo, a diretora entrou em contato com os atuais xerifes e moradores descendentes dos foras-da-lei... fora-das-leis... ah, dos justiceiros da região e registrou de cada um as suas versões referentes à vida, "obra" e morte de Billy The Kid. Ela ainda faz uma alusão ao poeta Arthur Rimbaud, quase contemporâneo a ele, que morreu de mesma idade.
Alguns detalhes da sessão:
- Apesar da diretora francófona, o filme é em inglês com legendas em francês. Além disso, tivemos a legenda eletrônica em português. No que prestar atenção? Ao olhar muito para as legendas em português, tinha a impressão de perder cenas bonitas e importantes do filme.
- Foi a primeira sessão que eu vejo que ficou quase lotada. Todas as outras tinham até 60% do público esperado.
- Tivemos problemas, porque a legenda eletrônica deu pau e tiveram que chamar outro laptop para colocar. Isto atrasou a sessão em 40 minutos, o que quase me fez pedir meu dinheiro de volta.
- O filme foi aplaudido no final. Não tanto quanto o "Atravessando a Ponte" do ano passado, mas principalmente por lobby pelo fato da diretora estar presente.
Rânquim: *** (Bom, não saiu o samba do caubói doido)

E o filme de hoje foi o Você disse que me amava, um filme alemão que retrata a solidão. A história de Johanna, uma nadadora que acabou de se aposentar. Morando sozinha, tem que lidar com a solidão para passar o tempo. Largou o marido e a filha dela morava fora. Ela resolveu atender um anúncio de correio sentimental e aí que a trama começa. Todos os encontros, desencontros, felicidades e angústias dela passam no filme. Alguns detalhes da sessão:
- O filme é em alemão, com legendas em inglês. Mas estou começando a desconfiar que as legendas eletrônicas em português são muito melhores que as impressas no filme. Por exemplo. A palavra "Freund" em alemão pode ser tanto "amigo" como "namorado". No sentido que ela foi empregada no filme, era de namorado. A legenda em inglês colocava "friend", e a em português colocava "namorado".
- O filme teve alguns errinhos. Como numa cena em que Johanna e Johannes estavam na cama e aparecia o microfone-costinha-maum.
- O legendeiro estava adiantadinho. No começo apareceu "Du hast mich gesagt, dass du mich liebst", e na legenda "You told that you love me" e na legenda eletrônica: "Um ano como outro qualquer". Depois em uma cena em que aparecia um muro pixado: "Laura ich liebe dich" e na legenda: "Pelin eu te amo". Logo depois aparece o muro "Pelin ich liebe dich".
- No final, também o aplaudiram, sem diretor nem nada.
Rânquim: ***

P.S.: Legal ver um filme em alemão, outro em inglês com legendas em francês, mas eu quero ver um daqueles filmes de países esdrúxulos com uma língua mais esdrúxula e uma história mais esdrúxula ainda, como aqueles que o Zé Simão diz. O mais diferente até agora foi "Atravessando a Ponte", que tinha partes em turco, mas era alemão.

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