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terça-feira, 31 de outubro de 2006

MAFÊ MOSTRA UMA AMOSTRA DA MOSTRA

E hoje fui assistir um classicão do cinema, ganhador do Cannes e tudo o mais: "A classe operária vai ao paraíso", um filme de Elio Petri, que conta a história de Lula, quer dizer, Lulu, torneiro mecânico exemplar de uma fábrica que perde o dedo em um acidente. Ele sempre reclamava dos colegas que não faziam o serviço e se matava de trabalhar, no entanto acabou sendo "defendido" pelos sindicalistas, que aproveitaram o ensejo para protestar na causa trabalhista e operária ("querem calar a voz..."). "Acolhido" pelo movimento, Lulu adere ao sindicalismo, e o final da história você já sabe... ou não. Agora, os detalhes da sessão:
- Como era no Cine Olido, centrão de São Paulo, o filme demorou para chegar. A platéia começa a assoviar, vaiar e gritar: "Começa! Começa!" E vira uma música de Rio Negro e Solimões, gente batendo a mão e batendo o pé. Depois de 20 minutos, começa a sessão. E o meu dinheiro de volta?
- No começo da fita, aparece em legendas: "Pela primeira vez na tela". Isto me lembrou Lombardi apresentando "A Lagoa Azul" no SBT.
- O filme é de 1971, época da ditadura braba no Brasil. A legenda do filme era bem interessante, porque um falava "Va fancullo!" e a legenda mostrava algo como "Vá tomar!"
- Em um determinado momento o filme tomba e não aparece mais a legenda (este, pelo fato da legenda ser em português, não tinha legendas eletrônicas). E quem não capisce e não parla o italiano começou a gritar por legenda, até arrumarem a tela.
Rânquim: Este filme não teve cédula de votação distribuída. Afinal, a organização da Mostra é da tese jardelista que "Clássico é clássico, e vice-versa".

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