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domingo, 19 de setembro de 2010

NO LLORES POR MI ARGENTINA

Parece que nestas férias eu não saí de casa. Porque a viagem que eu fiz foi da capital do Brasil para a capital do Brasil. A viagem durou cinco dias, o suficiente para eu me apaixonar. Foi um tour de paseos e boliches (balada na Argentina). Confira:
O primeiro dia (dia 13) cheguei com chuva, depois de passar meses na secura brasiliense, saio do avião e respiro umidade. De cara conheço os brasileiros que vão estar no albergue e chego lá. Vou dar um rolé pelo centro conhecendo a Casa Rosada (que só abre para visitação aos sábados) e a Plaza de Mayo famosa pelas suas manifestações. Só para ter uma ideia, na segunda tinha uma manifestação dizendo algo como "As Malvinas são nossas". Volto para o albergue porque mais tarde sairia de balada. Na segunda fomos ao Club Severino, que disseram, ficava perto do hostel. Andamos, andamos, andamos, e a cada quadra que a gente perguntava, eram mais duas quadras para andar. Na chuva. Mas chegamos e a balada me lembrou os tempos da ECA, com muito hip hop e música das antigas.
No dia 14 fui fazer um city tour por la Boca e por San Telmo. La Boca é a região dos boêmios do tango, mas que agora virou boca de fumo. Na verdade, a rua do Caminito está em bom estado e com os cortiços coloridos e os restaurantes com gente tocando, cantando e dançando tango. Lá tem até uns Maradonas de cera para você tirar fotos com ele. Infelizmente não fui no estádio da Bombonera, que ficava a três quadras de lá mas teria que passar por uma bocada da boca. Depois, fui pra San Telmo, onde tem o famoso mercado de San Telmo onde vendem de tudo, principalmente miúdos para a parrillada. E aí minha ideia de experimentar todos os pratos locais cai por terra, porque descobri que a parrillada é feita de miúdos de boi, até mesmo sangue. Almoço num restaurante de praça chamado Café nel Arbol cujas mesas ficam debaixo de árvores e você almoça ao ar livre vendo dançarinos de tango e se esquivando dos pombos. A tia do restaurante deixa migalhas bem longe das mesas que é para eles evitarem de voar perto da comida, mas sempre tem um gaiato que almoça e joga o pão para os pombos se aproximarem. Na volta de San Telmo passo pela Plaza de Mayo onde havia uma manifestação do movimento dos trabalhadores rurais. À noite, jantamos a famosa empanada do La Continental, uma das empanadas mais famosas e hypadas de Buenos Aires e seguimos rumo a Jannoy, uma baladinha numa rua agitada de Palermo que de terça-feira toca reggaeton. Para quem não sabe, o reggaeton é uma dança que faz o funk carioca parecer bailinho de colégio. Mas fomos lá aprender o tal do reggaeton. Mas não tocou só isso: tocou salsa, tocou cumbia e tocou... axé e música brasileira. Exatamente, na balada latina tocaram o já internacional "Rap das Armas", "Dança do vampiro", "Dança da mãozinha", "Olha a onda" e para encerrar com chave de ouro a sessão Brasil, "Chora me liga" na original e em espanhol versão cumbia.
O dia 15 foi o dia para conhecer a parte de compras de Palermo. Justo quem, a pessoa menos familiarizada com turismo de compras. Lá tem bastante outlets de marcas normais e esportivas. Acabei comprando um tênis pra corrida e só. Fui de metrô, e o metrô de lá é meio feinho e ruinzinho. Em uma escala de transportes públicos: Munique > Madrid > Nova Iorque > Lisboa > São Paulo > Rio de Janeiro > Roma > Buenos Aires >>>>>> Brasília. À tarde fui ao Malba que merece uma visita. Lá tem importantes obras latinoamericanas do século XX, como o Abaporu da Tarsila do Amaral e um dos autorretratos da Frida Kahlo. Paro para tomar o famoso sorvete de doce de leite argentino da Freddo. Fiz tudo de ônibus. Ele funciona somente com moedas e não tem catraca nem cobrador. À noite, iriamos ao Museum mas este já tinha fechado as portas. Chegamos na rua Honduras onde fomos tomar uma cerveja Brahma (sim, a Quilmes aqui é a Brahma de lá e vice-versa) na Brujas onde vimos e ouvimos um pouco mais de reggaeton e música brasileira como pérolas do Terra Samba (Nada mal...), Netinho-ô-Milla (Foi sem querer que eu beijei a sua boca...) e Skank (Garota Nacional em espanhol). Depois deste esquenta rápido, fomos ao Kika onde tinha duas pistas: uma eletrônica e reggaeton onde tinha uma pista que os pibes se jogavam.
Voltei pro hostel às quatro e pouco para acordar dia 16 às seis e ir pegar o ferry-boat para Colonia del Sacramento, uma cidadezinha do Uruguai na orla do Rio da Prata, que fica a uma hora de Buenos Aires. De lá, você pode alugar um carrinho destes tipo Projac para passear pela cidade, que é toda bonitinha e pitoresca, marcada pela colonização portuguesa e espanhola. Depois de conhecer a cidade, mais um boliche portenho: O Niceto Club, onde às quintas-feiras rola a festa Club 69, com performances burlescas a Moulin Rouge com uma pitada de... er... entrem no site. E a balada é regada a muita música eletrônica.
Dia 17 foi o dia para conhecer a Recoleta, um bairro bonitinho com um cemitério onde está enterrada a Evita Perón. No túmulo dela tem até flores. Almoçamos e tomamos um bom vinho argentino (um Terraza Argentina malbec o qual fui encarregada de experimentar como um legítimo sommelier) e andamos pelas ruas verdes do bairro. Pessoas faziam a divulgação do projeto Un Techo para Argentina, que soube que também tem aqui. Visitamos o Museu de Bellas Artes, maior, de grátis e mais tradicional que o Malba. Segui para Puerto Madero para ver os predinhos bonitinhos à beira do canal e assim encerrei a viagem, pois fiquei acordada no albergue esperando a hora de ir para o aeroporto. Sorte que tinham alguns caras com violão e percussão cantando música argentina e olha só: Legião Urbana, Cazuza, Paralamas, Djavan e até Mamonas Assassinas (aquellos que cayeron el avión en Brasil).
Curiosidades da Argentina:
- A tomada é chanfradinha e diagonal, mas eles vendem adaptador.
- Os brasileiros já estão falando português com os hermanos, que tiveram que se virar para aprender o idioma. E como tem brasileiro... mais até que Nova Iorque.

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