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quarta-feira, 10 de julho de 2002

QUEM TE CONHECE NÃO ESQUECE JAMAIS

Voltei ontem de Ouro Preto, onde a viagem teve momentos históricos, frases toscas, baladas, luaus e muita música das podres.
Eu não vou separar em datas, até porque teve dias que teve tudo e outros, quase nada.
O ônibus
O ônibus chegou no horário, contrariando todas as expectativas de atraso. Às 21h, partiríamos com destino a Ouro Preto, quando o motorista percebeu que tinha óleo saindo do bus. Fomos até perto do viaduto Aricanduva, um dos lugares mais trash de parar um ônibus para arrumar, e ficamos lá até quase meia noite, quando pedimos um outro ônibus para a gente seguir viagem. Não fosse só isso, havia apenas um motorista no ônibus porque a companhia pensava que fosse durar apenas 500km, mas de SP a Ouro Preto eram mais de 700km. Todo mundo ficou com medo do motorista, medo dele dormir no meio do caminho, porque ele não estava preparado para a viagem. Ah, e mais um detalhe que descobri depois é que a empresa que levou a gente não está acostumada com turistas, e sim é especializada em transferir presidiários de uma cadeia para, por exemplo, a penitenciária do Taubaté.
Enquanto seguíamos com medo do motorista, colocamos para tocar CDs como Robi's hits, Leo's hits (o famoso Didgei Augustinho). Dormi um pouquinho e acordei com ABBA cantando "chiquitita", para ver como seria tosca a trilha sonora.
A cidade
Ouro Preto nos acolheu bem, tinham várias repúblicas para se alojar. Na que ficamos, tinha até TV a cabo (tá certo que domingo ficamos assistindo Faustão porque cortaram o sinal da TV. A cidade fica num morro, então, haja fôlego para as ladeiras. Visitamos igrejas, subimos ladeiras ingremes e escadas longas, enfim, pagamos nossos pecados em Ouro Preto.
Aproveitando o inverno, a cidade fez um Festival de Inverno e as atrações crássicas que estariam com a gente seria: no sábado, Wilson Sideral (o irmão do Jota Quest); no domingo, Molejão (bom é ser feliz com o Molejão); e na segunda, Terra Samba. E antes de cada show, havia bandas locais. No sábado, um cara que pediu para todo mundo cantar uma música em inglês complicada do Red Hot Chili Peppers: "How long, how long will I slide... CANTA AÊ, PÔ!!!", e na segunda tinha uma banda de axé (aliás, TODOS dançaram os axés mais ordinários que tocavam) e uma banda de pop rock que usava playback e o playback deu problema. O vocalista botou a culpa na gente "As bandas de São Paulo também usam playback!"
As baladas
As baladas rolavam dentro da república. Antes, o esquenta rolou uma coisa nova, interessante, que todo mundo amou: O montinho. Uma pessoa era escolhida para ser a base do montinho, e os outros se jogavam em cima dela. Quem foi base do montinho, "amou"! Muitos foram "deflorados" pelo nosso montinho. E depois, descemos para um salãozinho que só tocava um CD, e levamos nosso Didgei Augustinho para tocar. Todos dançaram com a parede cantando "I'll fly with you" e quando a música dava uma abaixada, a gente mostrava nossa "malemolência".
O medo de novos "atentados" como o de 1o de junho
Essa foi a nossa primeira viagem depois do malfadado 1o de junho. Somente uma pessoa que estava no dia, a Denise, não veio para a viagem. A cidade tinha muitos "manos", mais parecia a danceteria Toco em dias lotados. Estávamos no show da banda do playback quando eles estavam cantando "Pula que pula filha da pula..." E todo mundo pulando, quando houve um princípio de "treta". Fomos embora correndo para a república e quando chegamos lá, descobrimos que a Paula quase foi assaltada. Sorte que estavamos seguros na república prontos para o luau. Depois disso, nem quisemos saber de ficar para ver o show do Terra Samba.
Quando o segundo sol chegar
E na segunda, teve um luau. Todo mundo sentado em volta de uma fogueira, eu tocava violão e, quanto mais breaco o pessoal ficava (apesar do vinho parecer Tang), mais eu baixava o nível. Depois esperamos amanhecer e vimos "estrelas cadentes", ou "satélites", ou "OVNIs". É que olhamos para o céu e vimos uma "estrela cadente" passar lentamente. E depois começaram a comentar se aquilo era uma estrela cadente, um satélite, um OVNI ou sei lá o quê.
As pérolas da viagem
Depois de frases como "Faculdades Univaldo", "O Leo come bastante....................no sentido gastronômico" e "Eu não vou pagar o couvert artístico, não botaram na mesa!", a viagem se encerrou com esta pérola: o Leo comprou um CD pirata das "Preferidas do Bam-bam - no meu modo de vista". A primeira faixa era a da onda (que eu não sabia que se chamava "Tesouro de Pirata") Ele colocou e começou assim, com uma mulher cantando loucamente:
"Eu sou irresistí....." Do nada, surge uma gralha berrando. Cara, este começo de CD já diz tudo. Você precisa ouvir para sentir como é tosco. Todo mundo escutou e só dava o Ewerton falando: "Por isso que o Brasil não vai pra frente, até o motorista tem mais cultura que você!"
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