Todo mundo sabe as histórias desta banda, principalmente nos últimos 3 anos. Mas ninguém sabe como eu entrei na banda
16/05/1999
Vamos voltar ao fatídico ano de 1999. Eu, quando me recuperei da pneumonia, queria porque queria cantar e tocar. E já cantava com as SOS, e já tinha voltado a tocar.
Era maio, e a professora Sandra já tinha juntado uma banda pra tocar no dia das mães. A banda tinha Fernando nos vocais, a namorada dele, o Flávio e mais umas meninas no backing. O Fernando tinha estudado comigo no primário, estava um rapazote, e como cantava! Como para o dia das mães eu já havia marcado uma viagem, falei se poderia entrar na semana seguinte, sendo que dia 16 teria um encontro de quem tinha feito o encontro de jovens em março, e seria em Bragança Paulista. Na época, havia acabado de inaugurar.
Dia 16, levei meu violão e fui. Não toquei na missa, mas vi um homem alto de cabelo castanho tocando guitarra, e uma baixinha de cabelo curtinho e olhos azuis. Que meiga, que graça, que olho (meses depois descobri que era lente). E o casal era animado. Tá certo que enquanto o padre falava, mais da metade dos meninos tinham saído para ver o GP de Mônaco de Fórmula 1 (pra variar, o Sapateiro ganhou, mas isso é só pra perder o fio da história)
Foi um dia de lazer e o meu violão quase ficou parado. Só na volta eu e mais os moleques que tocavam lá (eu era a única garota do colegial que tocava violão no mesmo nível que os rapazes), e aquele homem alto começamos a tocar. Ele estava do meu lado pedindo músicas sertanejas e sempre falando a nota pra tocar "Fa! Do! Sol! Do!". E eles me aceitaram na banda e todos os outros no grupo de jovens. Para tornar mais legal, cantaram uma música de boas vindas. "Por favor, cantem comigo"
A E A
A Sandra vai entrar na olaria de Deus
A E A
A Sandra vai entrar na olaria de Deus (e desce)*
D A
E desce como um vaso velho e quebrado (e sobe)*
E A
E sobe como um vaso novo (e desce)*
D A
E desce como um vaso velho e quebrado (e sobe)*
E A
E sobe como um vaso novo
A Regina vai entrar na olaria de Deus...
O Beto vai entrar....(**)
O Flávio vai entrar...
A Flavinha vai entrar...(***)
A Fernanda vai entrar...
Dia 23 foi finalmente minha estréia. O meu violão era virgenzinho e acústico. Toquei sentada em um dos bancos da igreja na frente. O Flávio ainda fazia percussão e a irmã Lia cantava. Terminada a missa, o Alberto chegou e falou:
- Você precisa comprar um cristal, que é pra captação do violão.
E ele me ajudou muito. E ajudou o povo no grupo de jovens. Mas com um detalhe: o grupo de jovens serve teoricamente pra falar de Deus, mas não. Ele falou que o Fábio Júnior (seu parente de sobrenome) antes forçava muito, mas agora melhorou, e que se o Zezé di Camargo continuar daquele jeito, ele ia perder a voz logo logo. E falou também que ficava bonito homem cantar e mulher fazer o corinho. E falou que o Flávio tinha bom ritmo e que seria um bom baterista. Daí que foi arranjada a famosa bateria, que ficou no ar até o começo do blog.
A partir daí começamos a marcar ensaios em junho, que só aconteceriam em julho. Mais tarde entraria o Leandro, e assim começaria a história da melhor banda de todos os tempos da última semana. O resto já virou lenda.
* Eu achava isso o máximo porque no violão, de A para D, você desce os dedos e do A para o E, você sobe. Que inteligência e perspicácia tinha esse... é Alberto ou Roberto?
**E eu achava que o Beto não era o Júnior, e sim Paulo Roberto, um cabeludo com cara de argentino (o mentor, cantor, compositor do Samba Canção), que hoje faz UNICAMP. Eu ainda não tinha tal intimidade com ele.
***Flavinha era a Lia, a irmã do Flávio, que tinha sido apresentada pra gente aquele dia.
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