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terça-feira, 25 de fevereiro de 2003

Agora que começaram as aulas, os posts serão mais raros, mas eu tentarei postar pelo menos em dia de aniversário de Menina Veneno. Mas quero aproveitar que por enquanto não tem trabalho pra fazer para escrever um pouquinho.
Eu poderia falar do primeiro dia de "aula" (saudades do ônibus-montanha-russa), eu poderia falar das legendas do Multishow (Youssou'n'Dour), eu poderia falar de "Hable con ella" do Almodóvar e sua trilha sonora brasileirada, eu poderia falar da lição de moral que eu tive ontem no bandejão, mas vou falar de um assunto mais pertinente.

MAFÊ VETERANA DE GUERRA ou O QUÉ QUE EU FAÇO KOSOVO? (o dia em que MaFê sentiu que tinha uma força oculta conspirando contra ela)
Dia 21 de março de 1999 eu começava a namorar. (vou preservar a identidade dele). Na mesma semana, dia 24 mais ou menos, a OTAN começa a atacar a Iugoslávia. Na semana seguinte, na terça-feira, eu tenho aula de espanhol com a professora mulher do que me deu "enhorabuena" na missa uma vez. Eu fazia aula junto com a Bárbara Dariano. Nesse dia (a terça-feira), a professora fala em espanhol (não me lembro) das conseqüências da guerra.
- Porque essa guerra é importante. Daqui a três semanas, quando a Rússia entrar, entraremos no que foi previsto por Nostradamus: a Terceira Guerra Mundial!
Nisso as pessoas ficam meio intrigadas, mas sabiam que a professora era meio "fanfoiera"
- Mas o mundo não vai acabar agora - continuava a professora - Depois que a Guerra acabar, entraremos num mundo de paz e flores - e toda aquela ladainha poética de trocentos sentidos do tio Miguel de Notre-dame.
Na mesma semana, eu ia passar a Páscoa em Ilha Comprida. Na quinta, eu comecei a sentir um mal-estar com febre. Na sexta, antes de descer a serra, procuramos uma médica plantonista que falou que era dor de garganta. À noite, já na Ilha, eu chego a ter febre de quase 40oC, chegando até a ter delírios (com o ventilador do quarto que piscava). No sábado voltamos confirmando: era pneumonia. Mas não precisei ser internada, graças a Deus, somente fiquei no hospital umas horas.
Três semanas depois, sem ver meu namorado por causa do repouso recomendado, vou almoçar e vejo a Sandra Annemberg (essa eu tenho certeza, a outra estava de licensa maternicade) falando no Jornal Hoje que a Rússia tinha uma ogiva (daquelas bem heavy-metal) apontada para a Europa no caso de uma invasão por terra. Imediatamente me lembro da professora de espanhol. Pronto, a Terceira Guerra começou e eu nem encontrei mais meu namorado (sabe aquele esquema meio 11-de-setembro?) e que não chegarei a fazer 16 anos!
Passou o tempo, e a notícia foi desmentida, completei 16 anos, e em junho estava prevista a invasão por terra da OTAN no Kosovo. Se acontecesse, não sei descrever o que aconteceria. Mas caiu a ficha do seu Bill Pinton (que pra relaxar da guerra deu uns pegas na sua estagiária mocréia) e seus aliados. A guerra acabou, mas meu namoro continuou.
Nisso todo mundo se lembra da profecia de Nostradamus que no dia 11 de agosto de 1999, o mundo acabaria. Todo mundo zoando, outros com medo de que estações espaciais caissem sobre suas cabeças e eu lembro que nesse dia eu estava na escola tendo aula de Português quando passa a hora certa eu e o Edgard (ex-Scarlet Dean, ex-banda-do-Beto-Júnior) comentamos:
- Nem um meteoro, nem uma bomba.
- Que fim-do-mundo mais mixo!
Bem, o namoro acabou e o mundo continuou.
Voltamos a 2003. A história se repete (a guerra que pode ser a Guerra). Entram outros personagens (identidades preservadas), entram outros motivos, mas os velhos inimigos e a velha estupidez. Mas diferentemente de 1999, 2003 começou com uma força positiva conspirando em meu favor para qualquer coisa que aconteça. E espero que essa força positiva conspire em favor da paz.

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