Dia 9 de dezembro de 1989. Um tempo bom que não volta nunca mais (que clichê!), onde as pessoas arrumavam as árvores de Natal no dia 8 de dezembro, não em novembro como agora; onde ainda existia União Soviética, Tchecoslováquia e World Trade Center; onde o Cornetto era da Gelato e o Milkybar ainda se chamava Lollo.
Depois de checarem a roupa que vai usar, e todos os apetrechos, a família MaFê segue seu destino, um palquinho de uma escola técnica. Afinal de contas, seria minha primeira vez a pisar num palco sem ser da escola. Pessoas de todas as idades se apresentaram lá no espetáculo de dança DALVA RANGEL (era o nome da minha professora). Eu tenho o vídeo em casa, e para vocês perceberem o grau de velhice, quando mostra o nome de todas as dançarinas, toca um sucesso da época: "Silent morning", do Noel. Eu fazia parte do grupo das crianças menores, mas tinham lá adolescentes fãs do A-ha e senhoras balzacas (uma delas dançava com sua filha, e era mulher do dono de uma lanchonete popular na época, hoje falida).
Bom, vamos ao repertório. Eu dancei umas 6 coreografias, 2 delas com todo o grupo. A primeira era uma musiquinha antiga mais ou menos assim: "vem ver lá no céu uma feiticeira a voar...", e claro, de feiticeira a voar com vassourinha e tudo (como diriam alguns blogs de menininhas boiolas, "ti fofu!"); a segunda era dos Saltimbancos, a da Gata (por isso fiquei emocionada quando fiz o teste dos Saltimbancos e deu que eu era a Gata); a terceira, era da Xuxa, o "Tindolelê", e aí aconteceu. Depois de ter dançado esta música, ia ter apenas uma música de tempo da gente se trocar (o can-can). E eu estava numa escadinha de madeira quando esta desmoronou, rasgando minha roupinha cuidadosamente costurada. E quem assiste ao vídeo percebe que numa música eu estou toda saltitante, e na outra eu não conseguia me mexer. (e a música era "quero ver descer, quero ver subir, b-a-bá, b-e-bé, b-i-bí, quero ver as cadeiras bulir..."). Isso miou a minha estréia em palcos, mas não pára por aí, "show must go on". Depois de dançar quebrada esta música, teve as duas últimas que uma era um samba-enredo da Mangueira ("tem xinxim e acarajé, tamborim e samba no pé") e a última não era nem uma coreografia. O palco era dividido entre mamães-noelas (as mais velhas e as balzacas mulheres de donos de lanchonete), estrelas (as crianças grandes e as adolescentes fãs de A-ha) e os anjinhos (as menores). Eu já era grandinha e poderia ser a estrela, mas a gente era tão pobre que só dava para fazer o anjinho. E todos se aproximaram no palco junto com a professora emocionada enquanto tocava "Ave Maria" de Gounot.
Assim foi minha estréia no palco. Nunca mais vi ninguém daquele balé, e só soube da balzaca (hoje cinquentona, imagino) quando o boteco faliu. Há 13 anos, direto do túnel do tempo.
How indie are you? test by ridethefader
For you, indie music died after "Loveless" came out. None of the bands around today are worthy
of your time. Not that you've heard any of them. It's all been done before. Fuck off back to your
REM albums, you annoying little twat.
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