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terça-feira, 24 de agosto de 2004

MAFÊ'S REALITY SHOW ATENADO EM ANTENAS

Medalha de prata para Adriana Behar e Shelda! Quem ficou com a de ouro foi a dupla estadunidense Kerry Walsh e Misty May. Mas o que eu MistyMay mesmo foi com a garra da dupla brasileira! Mesmo perdendo, a cada ponto elas sorriam e se abraçavam sem nunca amarelar! E também MistyMay com o DJ, colocando músicas típicas para representar cada dupla. No bronze foi assim. Dupla americana, "American Woman". Dupla australiana com uma loirinha, "Suicide blonde", dos australianos INXS. E na final: dupla americana, "Born in the USA". Adriana Behar e Shelda, "Poeira". E foi difícil para as meninas. A Kerry Walsh tinha 1,90m, contra a Shelda, que tem 1,65m (de sol!). Era só ficar na ponta no pé que ela já bloqueava.
E desde cedo comecei a acompanhar os jogos hoje. Comecei com uma dose de iatismo para tentar entender um pouco do esporte que tem mais duas chances de obter ouro pro Brasil, além do Scheidt. Pelo menos entendi a pontuação: conforme a posição que você chega, você perde um ponto (o primeiro perde um ponto, o segundo, dois, e por aí vai). Tem várias regatas. Ganha quem perder menos pontos.
A manhã não teve brasileiros competindo (se teve, não tinha chance, como a classe 49er da vela), então prestei um pouco de atenção nos esportes diferentes, como a luta greco-romana. Mas os esportes convencionais, como o basquete, tiveram lances impressionantes. Como no jogo dos australianos contra a Nova Zelândia, onde teve uma seqüência de 5 cestas de três pontos alternadas pra cada time.
A partir do meio-dia aqui ("anoitecia" em Atenas) o negócio iria ficar emocionante. Pra começar, a classificatória do nado sincronizado, com as nossas gêmeas Isabela e Carolina. Fizeram uma apresentação perfeita, sincronizada, forte, e arrancaram aplausos da platéia. Conseguiram estar nas finais.
Depois do vôlei de praia, teve hipismo e a final coletiva. Tinha um inglês muito picareta, o Nick Skelton, que tinha tido problemas de coluna e parou por dois anos de cavalgar. Mas o cara pediu uma autorização em outro país só pra poder voltar. O arriscadinho conseguiu o primeiro lugar individual, e tem chances de levar o ouro! O Brasil ficou em décimo lugar, mas tem chances no individual com o temperamental Baloubet du Rouet, que segundo o baixista e jogador de rugby nas horas vagas Victor Dariano, já está velho.
E tinha o vôlei de quadra. De manhã, reparei que o técnico vermelho da Rússia continua bufando mais que o Bernardinho, mas como este agora bufa na seleção masculina, o técnico russo é líder isolado. A seleçã começou bem os dois primeiros sets, mas as americanas, aquelas yankees, ficaram fortes e venceram os dois seguintes sets. Tie-break de novo, torcida brasileira! Mas no tie-break, narrado por Datena como se fosse bebedeira ("vai virar, vai virar, vai virar, virou!!!"), mostramos nossa superioridade e fomos até a semifinal para competir com a Rússia e seu técnico vermelho.
Nos saltos ornamentais, tinhamos o César Castro competindo nos trampolins. O primeiro salto que ele fez me deu medo, mas ele entrou certinho e levou nota boa. Mas tinham outros que entravam como peixe na água. O nosso César ficou em nono.
Menção honrosa: o medalhista de bronze no trampolim dos saltos ornamentais se chama Dmitri Sautin. Russo, o sobrenome dele já diz pra que ele veio.

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