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segunda-feira, 2 de agosto de 2004

OLIMPÍADAS DE MAFÊ

Estamos a um pouco mais de 10 dias das Olimpíadas de Atenas. Além das mulheres de Atenas, que deixam os seus maridos vendo TV e vão à luta, nós também temos os símbolos de cada olimpíada, e um pouco do que eu lembro de cada uma.
1984: Nem conta! Eram as de Los Angeles, e eu era um bebê!
1988: Eram as Olimpíadas de Seul. Por eu ser pequena, e as Olimpíadas serem em horários que ocidentais dormiam, não me lembro muito, somente do Aurélio Miguel, e de Greg Louganis. O cara foi dar um salto ornamental e bateu com o cocoruto no trampolim. Dói na gente até hoje.
1992: Eram as Olimpíadas de Barcelona. Freddie Mercury e Montserrat Caballé davam as boas-vindas, porque todos seriam "Amigos para siempre"* naquela competição. Mais um judoca, Rogério Sampaio, ganharia seu ouro. Mas o mais inesquecível foi no último dia das Olimpíadas, um dia dos Pais na hora do almoço, onde eu e papai sentamos na poltrona para ver a final do vôlei masculino. E pela primeira vez, um esporte de grupo ganhava medalha. Naquela época, aos 9 anos, eu já achava o Geovani um gato. Imagina hoje... Outro fato interessante foi a primeira medalha de Gustavo Borges. Naquela prova final, o marcador de tempo dele deu pau e ele foi parar na última colocação. Mas depois viram o replay, e ele só estava atrás de Popov.
1996: Gloria Estefan, Roberto Carlos, Jon Secada e Ricky Martin (que lindo!) davam as boas vindas, dizendo que você pode chegar alto e longe. Nestas Olimpíadas de Atlanta, eu ganhei um monte de brochinhos da Coca-Cola e ainda por cima tinha feito um diário no computador em Word (um precursor do blog) contando cada etapa das olimpíadas. Mas veio um vírus e apagou. Que pena. Nessas olimpíadas, eu me interessava nas ginastas. Eu queria porque queria virar aquela pirueta de um pé só das ginastas. Tanto ginástica rítmica e suas coreografias com fita, bola e arcos, quanto a ginástica artística com suas piruetas. Piruetas essas que fizeram uma ginasta estadunidense torcer o pé ao descer de mau jeito. Com cara de dor ela tinha finalizado a prova de salto sobre o cavalo, e foi receber a medalha de grupo com o pé engessado. Também lembro da final verde-e-amarela no vôlei de praia, que tinha acabado de estrear nas olimpíadas. Era a primeira vez que mulheres ganhavam medalhas. E Fernando Scherer mordendo a medalha de bronze, gesto que repeti em um torneio interno de natação na Vila Matilde.
2000: Queria ver o Savage Garden cantar na abertura das Olimpíadas de Sidney. Que nada, os galegos não se misturam com essa gentalha! Mas nessa Olimpíada de horário bizarro como Seul, minha rotina diária era: acordar, ligar a TV, ver um pouco de Olimpíada, ir pra escola, voltar, estudar, à noite via Olimpíada de novo. O maior destaque brasileiro das Olimpíadas de Sidney foi a falta de ouro. Ganhamos um monte de medalhas, nenhuma dourada. Um dia, teve semifinal do futebol masculino, e eu tive prova. A orientadora aparecia de vez em quando pra dar resultado. Os cedeéfes queriam ver a prova, e eu queria saber da seleção, e da seleçã** também, que ganhou medalha finalmente, mostrando que futebol não é só coisa de homem não. A natação me empolgava e muito. Popov se despedia, surgiam novos talentos brasileiros, Ian Thorpe rivalizava com o holandês de cara fechada e nome difícil Peter van den Hoogenband, mas a melhor cena foi do nadador da Guiné Equatorial Eric Moussambani. Os outros dois caras que iriam nadar com ele não vieram, e ele nadou sozinho. Sozinho e cachorrinho. Levou o dobro do tempo que um recordista mundial como Torpes e Hoohogesbebepnbeds levariam. Mas foi o símbolo de que o importante não é vencer, e sim, chegar lá.
Ok, o importante não é vencer, mas por favor, vamos levar medalhas de ouro pra casa, né?

* "Amigos para siempre" era cantada por Placido Domingo e Sarah Brightman (aquela).
** A seleçã é a de futebol feminino.

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